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Galeno de Pérgamo | Fonte: Wikipédia |
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Ilustração do terceiro ventrículo | Fonte: Kenhub |
Por volta do Século IV d.C. a chamada Doutrina Ventricular se estabelece como a principal explicação para as funções mentais. A partir da divisão dos Ventrículos em três câmaras no centro do cérebro, Nemésio de Emesa estabeleceu que era possível localizar nos Ventrículos anteriores, mais próximos dos órgãos dos sentidos da face e das mãos, a percepção. A cognição podia ser localizada no Ventrículo mediano e a memória no Ventrículo posterior.
Leonardo da Vinci foi o precursor de uma concepção mais realista da estrutura dos Ventrículos, ele injetou cera liquida nos ventrículos de um cérebro bovino e removeu os tecidos ao redor após a cera endurecer, revelando uma estrutura ventricular muito diferente das representações feitas na época. Da Vinci não rejeitou a Doutrina Ventricular, apenas retificou sua anatomia.
René Descartes acreditava que os espíritos animais, na forma de fluidos que circulavam pelo cérebro através dos nervos, levariam as informações até o local onde elas entrariam em contato com a res cogitans, imaterial. (Esse local era a glândula pineal, que para Descartes era a morada da alma).
O rompimento com a Doutrina Ventricular - que durou mais de mil anos - começou com Thomas Willis, que escreveu Cerebri Anatomie em 1664, Willis rompe parcialmente com a Doutrina ventricular, pois em seu livro descreve que os Ventrículos cerebrais são uma consequência anatômica, resultado das dobras do cérebro. Diz-se que o rompimento foi parcial, pois apesar de localizar as funções mentais no córtex cerebral, Willis ainda atribuía aos Ventrículos cerebrais a função de formação e circulação dos espíritos animais.
O rompimento com a Doutrina Ventricular - que durou mais de mil anos - começou com Thomas Willis, que escreveu Cerebri Anatomie em 1664, Willis rompe parcialmente com a Doutrina ventricular, pois em seu livro descreve que os Ventrículos cerebrais são uma consequência anatômica, resultado das dobras do cérebro. Diz-se que o rompimento foi parcial, pois apesar de localizar as funções mentais no córtex cerebral, Willis ainda atribuía aos Ventrículos cerebrais a função de formação e circulação dos espíritos animais.
No início do século XIX Franz Gall postula que o córtex cerebral é na verdade composto por uma série de regiões com diferentes funções, inicialmente dividiu em 27 áreas distintas e mais tarde Spurzheim expandiu para 35 regiões. O conjunto de ideias e métodos usados por Gall e seus discípulos chama-se frenologia, e deu inicio ao espirito localizacionista dentro das neurociências. A forma como Gall e seus discípulos avaliavam as funções mentais e suas respectivas localizações anatômicas no cérebro se dava através de protuberâncias no cranio dos indivíduos, seus métodos não eram confiáveis e acabaram por conferir um caráter pseudocientífico a frenologia.
A frenologia, apesar do caráter pseudocientífico, abriu as portas para o localizacionista, que partia da premissa de que áreas especificas do córtex eram responsáveis por funções mentais especificas. A grande revolução localizacionista nasceu com os estudos de Paul Broca e seus estudos com pacientes afásicos, Broca estudou pacientes com dificuldades na expressão da linguagem e percebeu, a partir de observações post mortem, lesões em comum numa região do lobo frontal que mais tarde ficaria conhecida como área de broca.
Antes dos estudos de Santiago Ramón y Cajal trazerem a tona o fato de o sistema nervoso ser formado por pequenas células nervosas, chamadas de neurônios, a Teoria reticular era predominante, essa teoria dizia que o sistema nervoso era formado por um emaranhado único de massa uniforme. Ramón y Cajal propôs o que hoje é conhecido como Teoria Neuronal, que concebe o Sistema nervoso como um conjunto de células individuais, especializadas segundo região do cérebro, com espaços entre elas e citoarquiteturas diferentes.
A partir do momento em que Ramón y Cajal estabelece a existência de áreas anatomicamente diferentes, é possível pressupor, também, diferenças funcionais. Korbinian Brodmann, assimilando as ideias de Santigo Ramón y Cajal, desenvolve um mapa citoarquitetônico dividido em 52 áreas distintas, correspondente a áreas funcionalmente diferentes (muitas dessas áreas são aceitas até hoje).
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Divisão do Córtex de acordo com a Frenologia | Fonte: Google imagens |
A frenologia, apesar do caráter pseudocientífico, abriu as portas para o localizacionista, que partia da premissa de que áreas especificas do córtex eram responsáveis por funções mentais especificas. A grande revolução localizacionista nasceu com os estudos de Paul Broca e seus estudos com pacientes afásicos, Broca estudou pacientes com dificuldades na expressão da linguagem e percebeu, a partir de observações post mortem, lesões em comum numa região do lobo frontal que mais tarde ficaria conhecida como área de broca.
Antes dos estudos de Santiago Ramón y Cajal trazerem a tona o fato de o sistema nervoso ser formado por pequenas células nervosas, chamadas de neurônios, a Teoria reticular era predominante, essa teoria dizia que o sistema nervoso era formado por um emaranhado único de massa uniforme. Ramón y Cajal propôs o que hoje é conhecido como Teoria Neuronal, que concebe o Sistema nervoso como um conjunto de células individuais, especializadas segundo região do cérebro, com espaços entre elas e citoarquiteturas diferentes.
A partir do momento em que Ramón y Cajal estabelece a existência de áreas anatomicamente diferentes, é possível pressupor, também, diferenças funcionais. Korbinian Brodmann, assimilando as ideias de Santigo Ramón y Cajal, desenvolve um mapa citoarquitetônico dividido em 52 áreas distintas, correspondente a áreas funcionalmente diferentes (muitas dessas áreas são aceitas até hoje).
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Mapa citoarquitetônico proposto por Brodmann | Fonte: Google imagens |
Em 1870 Gustav Fritsch e Eduardo Hitzig demonstram a localização funcional dos movimentos através de estímulos eletrônicos aplicados em diferentes regiões do cérebro de um cão. Harvey Cushing observou que a estimulação do lobo parietal não provocava movimentos, mas sim sensações táteis. Os pesquisadores aqui mencionados foram pioneiros e embasaram estudos que objetivavam estabelecer uma divisão funcional do córtex cerebral.
No século XX, estudos como os de Penfield, onde ele produzia sensações de cores, luzes, sons e movimentos percebidos como reais pelo paciente, o levaram a elaborar um novo esquema de localização as funções mentais no córtex. A partir do Século XX houveram grandes avanços no campo das neurociências, desde estudos sobre consciência até o desenvolvimento de técnicas de visualização do funcionamento cerebral. Essas técnicas se baseiam no aumento do consumo de oxigênio e de glicose por parte dos neurônios para mapear quais áreas estão mais ou menos ativas durante determinado momento. As neuroimagens tem mostrado que várias regiões do córtex são ativadas, além das áreas esperadas, o que indica que o funcionamento do cérebro envolve a coordenação de várias áreas trabalhando em conjunto.
No século XX, estudos como os de Penfield, onde ele produzia sensações de cores, luzes, sons e movimentos percebidos como reais pelo paciente, o levaram a elaborar um novo esquema de localização as funções mentais no córtex. A partir do Século XX houveram grandes avanços no campo das neurociências, desde estudos sobre consciência até o desenvolvimento de técnicas de visualização do funcionamento cerebral. Essas técnicas se baseiam no aumento do consumo de oxigênio e de glicose por parte dos neurônios para mapear quais áreas estão mais ou menos ativas durante determinado momento. As neuroimagens tem mostrado que várias regiões do córtex são ativadas, além das áreas esperadas, o que indica que o funcionamento do cérebro envolve a coordenação de várias áreas trabalhando em conjunto.
REFERÊNCIAS
HERCULANO-HOUZEL, Suzana. Uma breve história da relação entre o cérebro e a mente. LENT, Roberto. Neurociência: da mente e do comportamento. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2008.
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