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Diferentes métodos de monitoramento da atividade neurofisiológica fomentam discussões sobre Neuroética |
"A neuroética é relevante porque os recentes avanços na neurociência exigem respostas a dilemas que são essencialmente éticos. Por exemplo, um profissional de saúde deve divulgar um diagnóstico de doença de Alzheimer a pessoas assintomáticas ou pacientes com sintomas mínimos? Em que ponto o tratamento médico padrão ou paliativo de pacientes com doença neurológica avançada deve ser interrompido? Como deve ser abordado o problema do estigma social de indivíduos com comprometimento neurológico? É moralmente aceitável usar estimulantes cognitivos para se preparar para avaliações acadêmicas e relacionadas ao trabalho? Estas e outras questões exigem respostas que sejam moralmente justificáveis. O estudo da neuroética é particularmente importante para tomar decisões cada vez melhores no que se refere ao diagnóstico e ao tratamento de doenças neurológicas e psiquiátricas, permitindo que pacientes e famílias guiem o curso de seu próprio tratamento. Auxilia na formulação de políticas públicas em relação a questões de saúde e educação"
(Trecho retirado do artigo Neuroética: a institucionalização da ética na neurociência, escrito pelo doutor Amer Cavalheiro Hamdan, da universidade federal do Paraná, publicado pela Revista Bioética)
CIÊNCIA DO CÉREBRO E O SELF
Implicada nas discussões sobre liberdade humana e responsabilidade, bases neurais da personalidade e comportamento social, tomada de decisões e consciência. Aqui percebe-se como o entendimento da mente e do comportamento como produtos do funcionamento cerebral influencia questões éticas de responsabilidade social, livre arbítrio e tomada de decisão, a partir do momento em que se entende o cérebro como o determinante do comportamento e da cognição, faz-se necessário abrir uma discussão sobre até que ponto nossas escolhas são uma consequência de todo o condicionamento que sofremos durante nossas vidas, de toda influencia, seja ela externa ou interna.
CIÊNCIA DO CÉREBRO E POLÍTICA SOCIAL
Inclui questões de responsabilidade pessoal e criminal, relações com a educação, previsão de patologias. Esta sessão é responsável por discutir as fronteiras do “normal” e o “patológico” definindo parâmetros para o desenvolvimento, a nível social/coletivo, de novas definições. Para além da quebra de paradigmas que as neurociências promovem, faz-se necessário a definição de novas diretrizes sobre como elas seriam usadas e traduzidas para a prática.
ÉTICA E PRÁTICA DAS CIÊNCIAS DO CÉREBRO
Abrangendo temas de farmacoterapia, cirurgia, células tronco, terapia genética, Neuropróteses e parâmetros para orientar a pesquisa e o tratamento. Nesta sessão discute-se como o avanço das ciências do cérebro acaba gerando dilemas éticos em relação a aplicação prática desses conhecimentos, também diz respeito a discussões sobre a eficácia de novas formas de tratamento para distúrbios neurológicos e psiquiátricos. Aqui a Neuroética desempenha o papel de definir em quais condições essa prática ao indivíduo ou a sociedade.
CIÊNCIA DO CÉREBRO E O DISCURSO PÚBLICO
Incluindo o desenvolvimento de um discurso público amplo e informado, orientação dos jovens trainees e a promoção da compreensão e da comunicação responsável dos conhecimentos na mídia. Aqui devemos destacar a importância de não deixar o conhecimento cientifico preso ao ambiente acadêmico, mas divulga-lo e aplica-lo da melhor forma possível, com o objetivo de trazer contribuições significativas para a sociedade. Para além da aplicação pratica da ciência, podemos destacar a importância da divulgação cientifica, onde tratamos esse conhecimento como mecanismo de transformação social.
REFERÊNCIAS
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